quarta-feira, 29 de outubro de 2008

DOS MEDOS



Eu tenho medo de ruídos estranhos,

de sirenes na noite que acordam sonhos,
de relâmpagos acendendo nuvens,
de palavras soltas, de apelos inúteis.
Tenho medo das miragens,
das sombras que o sol estira no final do dia,
depois de um tanto e incontido brilhar.

Eu tenho medo das temperaturas imprevistas,
das minhas e das tuas inconstâncias
e do jeito, tão meu, de buscar telhas partidas
nos tetos altos das quimeras, só por uma nesga de céu.


Sonia R.

Um comentário:

Otávio Coral disse...

O medo da poeta simplesmente será banido pela beleza dos versos.

Belíssimo poema!

Minha admiração!

Otávio