segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Em Silêncio



Gosto das cenas mudas
que imagino lá fora.
Além, muito além das pedras,
pressinto o mundo no vagar
das câmeras lentas.
Gosto das horas lerdas
que levam para além das pedras
o burburinho dos riachos
e o canto dos pássaros.
Gosto do som aquém das pedras,
barreira de conforto que me isola
das rimas fáceis da falsa poesia
e me traz a inspiração derradeira,
extraida sem beijo e sem estesia,
desta impregnada melancolia.


Sonia R.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sei Quando é o Amor...


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Sei quando é o amor
pelo som dos passos da noite
que cantam nas cores do crepúsculo.
Sei quando é sincero.
Sei quando é cúmplice.
Sei quando é palavra e quando é atitude.
No aconchego da noite envolvente,
braços, pernas - entrelaces,
intenso momento -
no compasso eterno do pêndulo.
Sei quando não é o amor
e o momento fugaz evapora-se
no vazio de um poema nômade,
sem nome,
ou em versos que rimam silêncio.


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Há Momentos Assim...




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Insone madrugada. Caminho pela sala, pelo quarto, pela solidão...
Piso silêncios quebrados pelo ranger de escárnio, enquizilado, do
assoalho.
O tempo parou lá fora, o vento passa quieto. O telefone não toca,
nenhuma voz, nenhum compasso, nenhum tango à meia luz.
Os ruidos, aqui dentro, são só soluços, sob meus passos...


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